domingo, 28 de novembro de 2010

Greve Geral em Portugal

Alguém viu na grande mídia?


DESTAQUE


A greve geral marcada para dia 24 de Novembro constitui uma enorme oportunidade política. Não nos referimos apenas às pessoas que nesse dia se recusarão a trabalhar ou àquelas que organizarão piquetes nas suas empresas. Mas igualmente aos que auferem de uma condição que, formalmente e/ou informalmente, dificulta o exercício deste direito: desempregados, reformados, trabalhadores precários.


É um facto que a correlação de forças dentro das empresas e no seio da sociedade não joga a favor dos trabalhadores. Porém, é também um facto que nem sempre foi assim. E que a história se encontra longe de estar escrita. As movimentações sociais na Argentina, em 2001, e mais recentemente em França e na Grécia demonstram que a resistência não constitui o monopólio de nenhuma categoria social e profissional, mas sim de todos os que sintam necessidade de a praticar.Mais do que tudo, demonstram que é possível resistir, construindo novos mundos.


No Indymedia, tentaremos fazer uma cobertura da greve geral de 24 de Novembro, divulgando todas as iniciativas que, nesse dia, demonstrarão a sua indignação contra um sistema que tudo muda, para no fundo, nada mudar. Porque as receitas contra a crise não são mais do que as receitas que a provocaram, dia 24 o Indymedia saí à rua.


Greve geral recorde paralisa 75% da população de Portugal


O plano de austeridade em discussão em Portugal, se aprovado, levará muitos trabalhadores a miséria e ao desemprego, sem nenhuma assistência


26 de novembro de 2010




Grécia, Irlanda, França, Inglaterra... Na última semana, Portugal se somou aos países onde a reação aos pacotes de austeridade pegou fogo.


A greve geral que começou em Portugal paralisou 75% da população ativa do país e já é considerada uma das maiores da história do país. Os protestos são contra o governo do Partido Socialista e o pacote de austeridade que será imposto ao país.


A greve afetou principalmente o setor de transportes com metrôs, barcos e portos completamente paralisados. Os aeroportos também paralisaram, apenas fazendo o percurso para os arquipélagos do próprio país como Açores e da Madeira. Os trens urbanos foram totalmente fechados.


As escolas também aderiram à mobilização com mais de 90% de suas instalações fechadas, com a adesão de professores e alunos à greve. Serviços de recolhimento de lixo, e até mesmo os funcionários dos tribunais aderiram à greve geral.


Proporcionalmente ao tamanho do país, foi uma das maiores greves da Europa neste último período, com a adesão de diversos setores do funcionalismo estatal e de empresas privadas.


Mesmo a polícia, que é proibida por lei de entrar em greve no país, não foi capaz de oferecer resistência ao movimento grevista.


A crise em Portugal é uma das mais profundas da Zona do Euro, e o pacote de austeridade que será aplicado tende a acentuar bastante a miséria no país e o crescimento do desemprego.


O governo pretende atacar principalmente os salários e os benefícios que os trabalhadores adquiriram em numerosas lutas no passado. Os cortes nos salários dos funcionários públicos serão de 10% e as aposentadorias serão congeladas. O pagamento de auxílio desemprego e maternidade será cortados, além do grande número de demissões previsto em todos os setores do funcionalismo estatal.


A pressão dos trabalhadores levou os sindicatos, inicialmente contrários à idéia de uma greve geral, a aderir ao protesto. Os trabalhadores terão dois desafios para não serem vítimas dos planos de austeridade. Derrotar o governo e as próprias direções sindicais conciliadoras, para evitar a miséria.


As greves contra os planos de austeridade na Europa são uma demonstração clara de que os trabalhadores estão colocando em prática a palavra de ordem de "não vamos pagar pela crise capitalista" e da necessidade de uma verdadeira direção revolucionária e operária, para que sua luta se desenvolva plenamente.

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